20.1.20

Cena #4

O que arrumas
com tanto afã?

- Uns verbos sem remissão 
o luar de desdém. 

O que te falam os versos
assim despromovidos?

- O risível de mim mesmo
a mordomia da meã condição. 

O que te prometes jurar
em tão intensa jornada?

- O limiar escondido
talvez a soberba da humildade. 

O que te faz convocar
o avesso de ti?

- A insubmissão relativa
o desarrumar dos mapas interiores. 

O que te faz pensar
em tão proveitosa demanda?

- Nada, um intenso nada
perfumado pelo não convencimento 
das coisas. 

O que te falta fazer
para desta passagem reunires um rito de ti?

- Tudo o que se inscreve 
num oráculo falhado
a grotesca desmedida onde não cabemos.

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