(Trama desnacionalista)
As bandeiras choram.
Escamam as suas lágrimas
nos bebedouros onde se alicia
a melancolia.
Os prantos fundem-se com as preces:
ah,
outrora lançávamos os dados
e hoje não passamos de peões
num tabuleiro onde somos
deslembrança.
As bandeiras rasgadas,
pontuação da desesperança
e só por um segundo
a grandeza,
essa tão fátua grandeza,
se levanta das teias dos manuais:
neles se encerram as suas fronteiras;
neles
vivem os fantasmas
que resistem ao exorcismo do presente.
O futuro
é feito do presente
que vamos adestrando,
este o seu autêntico tirocínio.
O passado
tem o conhecimento
como única serventia;
não se presta
a ser a fonte ardilosa
de onde manam
oráculos disfarçados de miasmas.
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