Não será a voz sem nome.
Não será o ocaso adiado.
As ferragens do dia
espalhadas no sótão do pensamento
guardam as sílabas que esperam vez.
Não será por causa dos nomes sem voz.
Não será por causa do adiamento esquecido.
O caudal frugal
despenha-se no dorso cansado
e usurpa a lucidez desembaraçada.
Não será do nome que traz uma voz.
Não será do ocaso que súplica vez.
Os armadores dos sentidos
povoam a geografia das almas
sem espera de recompensa.
Não será através do medo.
Não será através dos sonhos.
Os trunfos amuralhados
revoltam-se nas costuras da manhã
e atravessam o leilão marcado para um ermo.
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