11.2.21

Vulcão sem sono

Não será a voz sem nome. 

Não será o ocaso adiado. 

 

As ferragens do dia

espalhadas no sótão do pensamento

guardam as sílabas que esperam vez. 

 

Não será por causa dos nomes sem voz. 

Não será por causa do adiamento esquecido. 

 

O caudal frugal 

despenha-se no dorso cansado

e usurpa a lucidez desembaraçada. 

 

Não será do nome que traz uma voz. 

Não será do ocaso que súplica vez. 

 

Os armadores dos sentidos

povoam a geografia das almas

sem espera de recompensa. 

 

Não será através do medo. 

Não será através dos sonhos. 

 

Os trunfos amuralhados

revoltam-se nas costuras da manhã

e atravessam o leilão marcado para um ermo. 

Sem comentários: