Deito-me à amálgama
que incendeia a boca.
Ao longe
o latido de um cão
irrompe a solidão da madrugada.
Lembro o crepúsculo de véspera
uma claridade singular,
maduramente ocre,
agigantando-se
contra a decadência do dia;
lembro
como fiquei extasiado
e quase entoei uma prece
para tornar imorredoiro este entardecer.
Mas agora era madrugada:
a negação
do imorredoiro, quimérico ocaso de véspera.
Entendo agora
a amálgama que não julgo ser prisão
nem labéu que me desterra
mas o manancial que semeia
a estatura maior do que sou.
Sem comentários:
Enviar um comentário