15.2.21

Manifesto contra o calor de ananases

Temos a sombra da pérgula

enquanto se agiganta a boca do sol

e o estio merecesse castração.

 

Pela janela

coabitamos o olhar

ciciamos por uma réstia de maresia.

 

O palco não está de feição

esta fornalha intempestiva,

como se as palavras bombistas

subissem à boca

e só déssemos conta

quando, 

ativadas pela saliva aterrada,

tomassem conta do corpo inteiro.

 

Tal como a fornalha em riste

contra o frescor do corpo

que exsuda, furiosamente;

o corpo

como se conspirasse 

em autofagia.

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