O caminho do silêncio
arroteia marés hasteadas em breve
no descolorido cenário habitado por vultos.
Na gramática do silêncio
contam todas as sílabas
para o apuro dos déspotas.
Descombinam-se os álibis
na congeminação perfeita dos fingimentos
sem cesuras ou outros pespontos
à espera dos promitentes do verbo hausto
à espera
dos mantimentos especulados
nas janelas que tecem suas próprias paisagens.
No caminho do silêncio
nem o arvoredo cicia
e não é pelo vento que se ausentou.
Do silêncio a caminho
o poema que exulta
em frações diferidas do vocabulário loquaz
a mirífica palavra
regida pelas ameias da alma.
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