1.4.22

Descafeinado

As sílabas portavam-se como balas rasantes

sem que a trovoada passasse da alvorada

e as divindades riam-se dos mastins.

 

Fosse como fosse era do úbere das memórias

que se saciavam as dúvidas embebidas na pele

e não era em amanhãs que medrava o sono.

 

A armadura escondida estava de atalaia

não fosse a sua presença imperativa

no reservatório das possibilidades urdidas.

 

Mas a noite acoitava pesadelos

e as mentiras serviam-se nas entrelinhas

contra a insistência das palavras sem fiador.

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