19.4.22

Ph algo

Sólidas 

as cofragens

que se enchem 

na urdidura dos dedos. 

As arestas 

são aprumadas

que de ângulos mortos se estiolam

angústias sem lugar. 

Os rostos 

amontoam-se

num mapa sem nomes

sem mosto que seja mecenas 

de um inventário de sombras. 

As mãos 

agarram as sílabas

enquanto a manhã se agiganta

no otimista oblívio dos apoderados. 

Sem ser 

por remédio

a maré assustada foge 

e do mar alto ateia o dia que sobra.

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