O tratado das coisas
envergonha compêndio
de páginas amarelecidas
embota o rugido das feras
na sincronia das falas sem dicionário.
Trago tratado o dilema
e sem bolçar a digestão dos tempos
arremeto as cores contra o silêncio
neste lugar
que está entre mim
e um outro eu sem paradeiro.
Azulam-se as abóbadas do olhar
em acetinadas colheres que bebem o mar
e no provérbio que dá de viver às almas
arrisco uma vírgula a destempo
arrisco o deleite do provérbio despedaçado.
As coisas tratadas
desembaraçam-se em páginas avulsas
páginas ainda luminosas
dando corda ao mutismo dos timoratos
na divergência das oratórias maduras.
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