A pedra que repousa no miradouro
dita a sentença boreal
a armadura desfeita
que revela a nudez,
simplicidade sem cilada
o mosto inteiro
que fala na vez da voz gongórica
o rosto incindível
que não tergiversa diante dos lobos
matéria fundida de ouro e lágrimas
os versos como âncora certificada
no improvável vinho servido em xisto.
Os socalcos descem às mãos
e das estrofes empunhadas sobra o mel
o dorso desimpedido
contra os embaraços de mastins por aí,
avulsos e estultos.
Não capitularemos
– diz-se em coro
desembainhando a alvura
que caia a pele, os ossos, o corpo inteiro,
a garantia perene das coisas
na sua verosimilhança insuspeita.
Somos os esteios que não precisam de esteios
e ao espelho não contamos gramas de pudor
nem perfilhamos sermões não encomendados.
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