8.3.23

Dispensa

Passo o corpo amordaçado

a mortalha que desce sobre o silêncio 

sem armas. 

 

Ao fundo

a gruta evoca o medo. 

O medo de quem não tem medo. 

 

As cortinas embainhadas fogem do dia

escutam a voz gutural dos ontens desarmados. 

 

Às voltas com as páginas amarrotadas

junto os dedos 

como se fossem espadas enredadas

e dou ao dia o poema sem nome

avivando as centelhas 

que derrotam as sombras.

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