Procuro 
na tua pele
agasalho. 
Entendo
as cores do mundo
pelo teu olhar. 
Sacio
a sede
no teu suor vertido. 
Amparo
a angústia
no teu manancial. 
Revejo
o porvir
nos versos
da tua fala. 
Armo-me
da alegria
que esparges. 
Encerro
num mar sitiado
demónios contumazes.
Cresce
em bandeiras sem algemas
a gramática
do prazer. 
Amanheço
no desembaciado lugar
que ofereces 
em deslimite. 
Traduzo
na boca sem peias
a paga merecida. 
Tomo
no teu corpo
a ideia de mim. 
Concebo
o atlas
na página de rosto
da tua pele.
Desenho
o idioma particular
que entrelaça.
Procuro
num relógio a ouro
o tesouro de teu nome.
E sei
que o ocaso
não se furta nas mãos.
