O fojo inaugural
verbo
de onde dimana
um extenso, interminável
sepulcro.
Não incumbam a injustiça
aos antepassados
– protestam curadores antropológicos;
vomitem a culpa
nos vindouros que acanalharam a espécie
nas verbenas epistolares da beligerância
na autofagia militante dos peões
porém arquitetada pelos mandantes.
O sepulcro
não é pecado original.
É herança
das metamorfoses seladas
na carne assim adulterada
dos que vieram a ser vindouros,
miasmas consumidores da bondade em olvido.
Os do fojo inaugural
nem sabiam
o que era um sepulcro.
Hoje
sabemos ser
o verbo proémio
onde nos deitamos
com o abraço viperino
do quotidiano.
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