2.2.22

Promissória

Sou estes braços quentes

na suposição de um cais

o rosto furtivo

que não sabe da meada

o intenso lugar de abertura

por entram os feixes de luz

tratado sem solenidade

nem palavras seladas

um longo passo na passadeira tingida

com o sangue colhido em tempestades

a boca sem saliva

aliviada

que se enamora das sílabas sopesadas

artilharia povoada pela alvura

em ramos de acácias avulsas 

na lombada das escrituras armadas.

Sou

o dia que se alimenta do luar

o rastilho homérico que apaga o mar

páginas marejadas pelo orvalho jurado

um peito 

que não se adia na promessa da finitude

o olhar reinventado

pulsão acelerada pela lava anestesiada.

Homem, 

apenas,

na fortaleza que de mim quero arcar

ou enseada escondida do mapa

para não deixar os meus domínios 

nos braços da erosão.

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