Sou estes braços quentes
na suposição de um cais
o rosto furtivo
que não sabe da meada
o intenso lugar de abertura
por entram os feixes de luz
tratado sem solenidade
nem palavras seladas
um longo passo na passadeira tingida
com o sangue colhido em tempestades
a boca sem saliva
aliviada
que se enamora das sílabas sopesadas
artilharia povoada pela alvura
em ramos de acácias avulsas
na lombada das escrituras armadas.
Sou
o dia que se alimenta do luar
o rastilho homérico que apaga o mar
páginas marejadas pelo orvalho jurado
um peito
que não se adia na promessa da finitude
o olhar reinventado
pulsão acelerada pela lava anestesiada.
Homem,
apenas,
na fortaleza que de mim quero arcar
ou enseada escondida do mapa
para não deixar os meus domínios
nos braços da erosão.
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