23.2.22

Ouro sem preço

Procuro 

na tua pele

agasalho. 

Entendo

as cores do mundo

pelo teu olhar. 

Sacio

a sede

no teu suor vertido. 

Amparo

a angústia

no teu manancial. 

 

Revejo

o porvir

nos versos

da tua fala. 

 

Armo-me

da alegria

que esparges. 

Encerro

num mar sitiado

demónios contumazes.

 

Cresce

em bandeiras sem algemas

a gramática

do prazer. 

 

Amanheço

no desembaciado lugar

que ofereces 

em deslimite. 

 

Traduzo

na boca sem peias

a paga merecida. 

Tomo

no teu corpo

a ideia de mim. 

 

Concebo

o atlas

na página de rosto

da tua pele.

 

Desenho

o idioma particular

que entrelaça.

Procuro

num relógio a ouro

o tesouro de teu nome.

E sei

que o ocaso

não se furta nas mãos.

Sem comentários: