18.1.21

Da frugalidade

Não tenho horas para dar

na astúcia dos dedos 

que contam o tempo destemido

empenhado pelo enrixado porvir

tutelado pelo pretérito envidraçado.

 

Não tenho nada para dar

enquanto sopeso as rugas frugais

desenhando o mapa da pele emaciada

vinificando memórias consentidas.

 

Não tenho um módico para dar

e aprovo a lanterna viva

que se arruma nos viveiros possíveis.

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