Não há Moscovo
que nos contente.
Não há
iridescência
que sobre
para as nossas silhuetas.
Não há limites
que nos afugentem
do rogo da demanda
atirando-a
umas léguas além.
Não há frio
que nos emudeça
nem neves que sejam
perpétuas.
Não há desidioma
a separar o corpo da fala.
Não há modo sem ritual
nem guarida
sem arranha-céus.
Não há mosaicos
em forma de vivos retratos
nem catacumbas tão ilustres.
Não há museu igual
no reverso
das memórias nocivas.
Não há primavera
colonizada pelo inverno
num marco tardiamente ártico.
Não há Moscovo
se não em Moscovo.
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