11.1.21

Moscovar

Não há Moscovo

que nos contente. 

 

Não há

iridescência

que sobre 

para as nossas silhuetas. 

 

Não há limites

que nos afugentem

do rogo da demanda

atirando-a 

umas léguas além. 

 

Não há frio

que nos emudeça

nem neves que sejam

perpétuas. 

 

Não há desidioma

a separar o corpo da fala. 

 

Não há modo sem ritual

nem guarida 

sem arranha-céus. 

 

Não há mosaicos 

em forma de vivos retratos

nem catacumbas tão ilustres. 

 

Não há museu igual

no reverso 

das memórias nocivas. 

 

Não há primavera

colonizada pelo inverno

num marco tardiamente ártico. 

 

Não há Moscovo

se não em Moscovo.

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