Costuro as feridas
com a saliva que efervesce
na maré alta.
Devolvo ao areal
o tojo fundido nas varandas.
O espaço
é atapetado pelos anciãos.
À razão do medo
os confettis desembaraçam-se das árvores
em beijos guturais que cauterizam a luz.
Diziam:
é inútil cimentar as cicatrizes
se a pele não se emudece
na coreografia do tempo.
Só os tolos
(e os majores risíveis)
estudam os ângulos que anoitecem o medo.
Antes os melodiosos cantos das horas certas
o crepúsculo amotinado
um vesúvio a crestar na sombra dos mares
a cor mate que traz embaciados os olhos;
antes
tudo isto
do que a carne viva
à espera
de curadoria.
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