Torre de marfim:
onde as vidraças
não cobram franquia
e as palavras se emaranham
numa gólgota medieval.
Torre de marfim:
onde,
circunspectos,
fiscais fazem a corte ao zelo
e sonham
em sonhos sem sono
com judiciosas armadilhas
onde,
impreparadas,
as pessoas são caçadas.
Torre de marfim
até ficar condenada
à verrinosa ferrugem
dos apóstolos da decadência.
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