É a pega
que agarra o mundo
pelos seus deslimites.
O santuário onde se respira
o ar que não tem janelas.
O encantamento
com o sangue ávido
que transborda as fronteiras do corpo.
O cais onde se agarram
as mãos que já não são trémulas.
Os lábios devolvem as sílabas
à medida do caudal que se congemina,
estrutural.
Que as árvores estão pendidas
sobre o pensamento diuturno
é a legenda que se arrasta em rodapé;
não serão os serões acostumados
à diligente insónia
que desmentem os presságios do passado;
outro tanto dirão das rosáceas
que fermentam os corpos ajuramentados,
antes que sejam apenas uma lutuosa recordação.
As mãos,
que se dizem ávidas,
recortam os atlas
por onde se materializa a voz.
São o aval da invisível consagração
os nomes por haver no tabuleiro das incógnitas
o húmus onde se inventa a fertilidade
a noite sem fronteiras.