O jogo furtivo
aquece nas telhas rubras
da tarde soalheira.
Mandatamos um de nós
para ser teste-de-ferro da provocação,
sem saber se o fazemos
por preguiça ou por utilidade
(alguém sugere
que não podemos falar todos
ao mesmo tempo).
É como deixar a palavra embebida
numa ruela lisérgica
enquanto a tarde se consome
e arrefece nos corpos à sombra.
O lugar de procurador de todos nós
fica deserto.
No jogo do empurra
sobra o abismo onde não há vivalma.
Já prefaciava o adágio
sobre cães danados e vozeiros
e almas estranhamente silenciosas.
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