9.7.21

Da coragem

O jogo furtivo

aquece nas telhas rubras

da tarde soalheira.

Mandatamos um de nós

para ser teste-de-ferro da provocação,

sem saber se o fazemos 

por preguiça ou por utilidade

 

(alguém sugere 

que não podemos falar todos

ao mesmo tempo).

 

É como deixar a palavra embebida

numa ruela lisérgica

enquanto a tarde se consome

e arrefece nos corpos à sombra.

 

O lugar de procurador de todos nós

fica deserto.

No jogo do empurra

sobra o abismo onde não há vivalma.

Já prefaciava o adágio

sobre cães danados e vozeiros 

e almas estranhamente silenciosas.

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