8.7.21

O gato comeu-te a língua

O silêncio

não é estrutural. 

 

A bandeira que o traduz

não é um ocaso. 

 

O silêncio

compreende todas as palavras. 

 

As videiras arcanas

habilitam a fala emudecida. 

 

Nem as mãos fundidas nas serranias

devolvem a voz articulada. 

 

O silêncio

é um momento

que se efemeriza. 

 

E nem a cólera

que substitui a maré deitada

distribui uma fala inerente. 

 

A voz prolixa

escuda-se no banal;

empossa o silêncio

na armadura contra o desmedido. 

Sem comentários: