31.7.21

Fonte

É a pega 

que agarra o mundo

pelos seus deslimites. 

O santuário onde se respira

o ar que não tem janelas. 

O encantamento 

com o sangue ávido

que transborda as fronteiras do corpo. 

O cais onde se agarram

as mãos que já não são trémulas. 

Os lábios devolvem as sílabas

à medida do caudal que se congemina,

estrutural. 

Que as árvores estão pendidas

sobre o pensamento diuturno

é a legenda que se arrasta em rodapé;

não serão os serões acostumados

à diligente insónia

que desmentem os presságios do passado;

outro tanto dirão das rosáceas

que fermentam os corpos ajuramentados,

antes que sejam apenas uma lutuosa recordação. 

As mãos,

que se dizem ávidas,

recortam os atlas 

por onde se materializa a voz. 

São o aval da invisível consagração

os nomes por haver no tabuleiro das incógnitas

o húmus onde se inventa a fertilidade

a noite sem fronteiras. 

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