12.10.23

Até logo

O objeto é abjeto.

 

Ir a Marte não é amar-te.

 

A métrica é assética.

 

A congruência faz lembrar o congro.

 

A tirania é uma espécie de tia.

 

A tirana é a que tudo tira.

 

O artificial não é (nada) especial.

 

O algoz é um capataz.

 

A pureza é uma indelicadeza.

 

O bocejo é matéria do desejo.

 

A aliteração soa a aletria.

 

O robe não é um nome inglês.

 

O contumaz deixou de ser capaz.

 

O périplo é como o pirilampo.

 

O estilhaço não precisa de vidro.

 

A bala precisa de demência.

 

A igreja não tem nada que se veja.

 

O estupor também é doutor.

 

A toalha não coalha.

 

Cada guerra é um lugar sem terra.

 

O amante é um armante.

 

A clepsidra é uma sidra cleptomaníaca.

 

O entulho é parente do esbulho.

 

A maresia amacia.

 

O vaidoso vai doloso.

 

O vate deve variar o verso.

 

A escumalha não sabe da escumadeira.

 

A aia só diz ai-a, ai-a (sem se saber quem é “a”).

 

A sílaba é sibilina.

 

A cordilheira não tem arnês.

 

A chuva dispensou o chapéu.

 

O sono é mais logo.

 

O gato perdeu o sapato.

 

O petiz é tão feliz.

 

Já o velho cavou o cenho.

 

O rouxinol só canta por conta do sol.

 

A sereia é um cabo de sarilhos.

 

O trovador encontra a dor.

 

A erudita gostava de ser da comandita.

 

O estouvado diz estou vago.

 

A atriz mete o dedo no nariz.

 

Há costa de quem não se gosta.

 

E luditas que emigraram para o Luxemburgo.

 

Sinais de fumo, sinais de fumo.

 

E o candeeiro gasto, sem mecha.

 

Fronteiras viradas do avesso.

 

Passaportes que passam os portos.

 

E didascálias, para os utopistas.

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