Arrumo os lençóis da angústia
na mortalha deduzida
ao penhor da razão.
Assimilo as vontades que se angariam
o salvo-conduto alistado
nas desoras do medo.
Os poucos remédios acreditados
erram nas estantes empoeiradas.
Não são as poções diligentes
que amadrinham no peito preparado
para dias amuralhados.
Aos hinos histriónicos
dou de oferta tiros certeiros
vou ao coldre
com a pressa de matar mitos.
Este é o vício manancial
um querer sobreposto ao medo
calendário visível por dentro da fornalha
infernal
e a boca insilenciável
que investe contra as vendas
ela própria invendável
insaciável.
De toda esta fome
uma boca hasteada
desenha a cordilheira
a abóbada onde os segredos
sabem da guarida contra as cicatrizes.
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