25.10.23

Caudal

O crepúsculo

amadurece por dentro

da pele. 

 

O olhar

tingido pela madurez

sem adiamento. 

 

A carne

não desarma

das intendências. 

 

A claridade

arrasta as intempéries

sujeitas a outras latitudes. 

 

Digo

que as feridas abertas

dispensam suturas. 

 

Digo

que as cicatrizes vindouras

são o espelho de um estado contínuo. 

 

Aprendi

a prescindir da severidade

em nome de um nome vindicado. 

 

A centelha

continua desfolhada

a par do hino madrigal. 

 

Trago

a manhã arrumada 

no dorso. 

 

Não finjo

estados estultos

fantasmas perfunctórios. 

 

Tirei ao medo

um paradeiro e um património

e fiquei a par da liberdade. 

 

Arrumei

as luvas do desencanto

jurei desenganar a angústia. 

 

Apalavrei

este desprendimento

nas cicatrizes tatuadas. 

 

Espero

com juros imodestos

a paga em volta. 

 

Ou então

com o selo da modéstia

apenas o saber da vida perlongada.

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