O mar mestiço
abraça a miragem.
Combina a fúria
no mosto da tempestade
emancipa-se
de todas as vontades.
Tresleem na penumbra
um ocaso antecipado
e o mar mestiço
terça com seis braços
as espadas pusilânimes.
Um mar destes
é luto de pescadores
e musa de poetas.
São intransigentes
as injustiças
que nos regem.
O mar mestiço
não fala de lutos.
Luta
como se fantasmas se insinuassem
e pudessem ser um ónus.
O mar mestiça-se
para desarmadilhar conspirações.
Amedronta e extasia
a uma só vez
enquanto caia o dia
com uma tela embaciada.
Como há quem recuse
uma tempestade
como selo de bom tempo?
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