Gravado a fogo
o nome ouro esperava santuário
enquanto as juras submergiam
no vulcão atónito
vertiam uma babugem
como se fosse
parte de uma fala interminável.
Os dados fugiam do tabuleiro
e as pessoas não iam a jogo
grevistas sem saberem no despojado chão.
O nome era o ouro arrematado pela boca
e a língua nómada
arrancava as palavras escondidas
gravando a medo a pose desautorizada
o meigo afago que desenhava o rosto
desmentindo os pusilânimes algozes
os que erravam nas cicatrizes das pessoas
agravando a insónia.
De cada vez que o sol se levantava
os espelhos armavam-se
contra a tirania dos farsantes
os déspotas também arrancados de dentes
mordendo por dentro das horas consecutivas.
Dizia-se dos adiares
que eram escotilhas
o lugar sereno
onde as pessoas guardavam os alfaiates
fossem de moda feita ou por inaugurar.
Lívidos
os outrora reféns
narravam a bondade dos torcionários
como os demoviam das monstruosidades
antes que fossem demitidos das graças
e devolvidos fossem aos arcanos mosteiros
onde lápides convocavam o futuro.
Sem ficarem órfãos da chuva celebrada
os miríficos tecedores de palavras
escondiam-se dos outros
juntando-se
aos poemas intemporais.
De nada sabiam
os meãos paladinos
que viravam as palavras do avesso:
sua era uma coutada sem morada
e da pele assumida ficavam de pé
as sílabas profanadas
as sílabas que faltavam
para um sentido inteiro
ser dado aos deuses.
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