O
adro vigiava a noite.
No
sono dos mortais
conspiravam
demónios contra o rigor
da
bondade.
Não
tinham rosto que se visse
nem
se faziam anunciar em panfletos;
sabia-se
da sua existência
quando
os atos tinham consumação.
Por
isso
(e
contra as conspirações)
patrulhas
discretas
luzes
sobre as trevas que acoitavam
os
fingidos querubins,
protegendo
o sono contra a maldade.
A
noite metia respeito.
E
só o cansaço das jornadas
dava
caução a um sono sem medo.
Mais
pelo cansaço dos dias repetidos
das
canseiras pavimentadas pelas angústias
das
olheiras que selavam contrariedades;
não
fosse das forças exangues
o
sono não tinha leito para ser plano,
sem
contaminação dos rivais
que
conspiravam o desassossego.
A
noite tinha um perfume vazio.
Quase
toda a gente
metia
os sentidos em hibernação
mercê
do sono em sentido.
Nem
sonhavam
a
contundência dos planos congeminados
pelos
próceres da imprudência
pelos
maestros das conspirações
os
deserdados da ordem constante.
A
noite frágil
era
seu palco de eleição.
Os
vigilantes,
tomando
a torre da igreja,
tinham
o adro de atalaia.
A
menos que fossem vencidos pelo sono.
Ou
que
descosessem as bainhas dos sentidos
e
o fio de prumo ficasse do avesso.
Confundindo
bondade
com maldade.