12.9.17

Joalheiro

Seria como um joalheiro
e dos dedos precisos
filigrana desnatada
devolvendo o redondo às esquinas
sob a jura de um polimento matinal.

Acabados os pesares sobrantes
os despojos deixados ao chão
estimam as novas ruas atapetadas
pela quimera graciosa
destinada ao luar.

No meio de sombras
despenhando as aranhas tentaculares
no óbito afivelado
como um joalheiro tem engenho:
emprestando rigor e arte
e a luz transpirada dos raros artefactos
em suor desenhados
no perfeito compasso do perímetro jogado
o joalheiro,
ou dir-se-ia,
o alquimista dos elementos
emprestando às manhãs
o ciciar rarefeito e rouco
de pássaros vadios em voos rasantes.

Nas gotículas matinais
de que os campos se servem
ajuramentada condição
dos primordiais ascetas de tudo
como se diz dos joalheiros
em trovejante demanda pelos céus coalhados.

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