24.9.17

Módico

Aritmética à lapela
no esconderijo lacustre
sem estética a perfilar.
Migalhas espalhadas no chão vetusto
o cão desossado uiva no arabesco noturno
e as viúvas entretecem o coro lânguido
como de costume
sem céu vidente
nem na alvorada.
As lápides em seu musgo taciturno
dormem sempre.
A aritmética desmata-se
nos contrafortes do despojamento.
Talvez não sobre nada.
A não ser
viúvas esfíngicas
vertendo sobre as mãos gastas
os prantos da mágoa abraçada.

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