Hoje não há ardinas.
Não há sequer varinas.
Não há sãs narinas.
Hoje não compro jornais.
Não vejo da televisão os canais.
Não há poucos boçais.
Hoje digo poente.
Adio o demente.
Recuso estar doente.
Hoje colho alfazema.
Escrevo o “o” com trema.
Dedilho o açúcar do tema.
Hoje não digo futuro.
Não parafraseio o escuro.
Não viro o avesso do osso duro.
Amanhã esqueço-me do hesterno.
Desenho o parapeito do moderno.
Aqueço as mãos no meu fogo eterno.
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