As ruínas da fábrica
pesam sobre os alicerces
em paráfrase de escombros que não tardam.
O telhado decadente
arqueia-se sobre a ferrugem
abraçada à cofragem desnudada.
Arqueado
o telhado dir-se-ia sufocar
a alegria que houve
na prosperidade da fábrica.
Não fosse
os operários terem desertado
para a terra dos não vivos.
(Não fosse,
caso um desvio marxista
empenhasse o raciocínio,
desmentir a teoria
da felicidade dos operários
enquanto operários).
(Estação de comboios da Pampilhosa)
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