Tabuleiro desigual:
as peças são de matéria desigual
(convém não haver olvido).
O fingimento das doutrinas
ensina a mentira do jogo igual.
Encantados com o êxtase dos instrutores
e o zelo convencional das regras ideais
instruendos são instruídos no pior logro:
aquele de que não dão conta.
Doravante
mergulham no ardil vetusto
no conveniente legitimar
do status quo.
Julgam-se peças iguais
lídimos protagonistas
na importância que se autoinvestem
no altar da igualdade.
Embeiçam a farpela distinta
como se bastasse para limar o hiato
e serem iguais entre os iguais.
Não deixa a lucidez
que saibam serem risíveis personagens
carne para canhão
(ou idiotas úteis)
do ardiloso convencimento das convenções.
Depois,
assarapantados e descamisados,
descobrem o plano inclinado
as regalias proibidas
os padrões que diferem com as castas
os privilégios ao alcance dos privilegiados
(ou não se cuidasse saber de privilégios).
Depressa se amantizam
com a negação do instruído:
fica por saber
se é vingança do logro que aprenderam
ou se assisam remover prejuízos
com a negação do que lhes negam.
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