Queria ser pária,
a noite do dia
a contravenção das regras
braçadas ao contrário da maré
dissidente até das dissidências
contumaz de todas as regras
a negação das negações
na positivação sublime.
Queria ser pária
mas não era habilitado:
contorcia-se no pensamento insubmisso
mas era um coral admirável
frequentado por multicolores peixes
em águas tépidas
e nadadores amadores enfeitiçados
pela exótica geografia.
Um dia,
desistiu.
Pária não conseguia ser,
ou não reconheciam a condição,
e abandonou-se nas margens infrequentadas
onde são consumíveis
as baratas ideias sem pretensões.
Entendeu
nessa altura
sem melancolia à mistura
que estava fadado à madurez.
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