Sangue
bombeado
ver-ti-gi-no-sa-men-te
sensação
visível de um precipício.
Em falta
do toque de Midas
o Confúcio
dos malogros pessoais
fogueira acesa,
as cinzas
crestadas seu combustível:
abraçam-se
os
demenciais fautores da importunação
em revoadas
de ar tirado aos pulmões
como se não
fizesse falta
à apoplexia
sobrante.
A jugular
apertada
liquefaz
as forças
já sem
resistência por palco
já sem
saber sequer a respiração.
Escasseia o
chão sob os pés
escasseiam
os pés sob o corpo
escasseiam
os esteios em tudo:
diz-se:
a tragédia
tomou conta da vitória
e as vitórias
embotaram as derrotas.
No fio da
navalha
sob o
torpedo aceso
na lava de
faíscas flamíferas
o ocaso
benevolente.
Aceitam-se
os modos esvaziados do ser
na penúria
dos desenganados
com a caução
dos inverosímeis indigentes
e a sua desatração
por tudo.
Ao fio da
navalha
vem a
carne abraçada
dos promitentes mastins do desdesejo.
Desça a
navalha
já não tem
préstimo o seu simples fio.
Os progenitores
dos infaustos palcos
desembaraçam-se
das teias-labirinto
e
rejubilam.
A eles
pertence a última palavra.
A eles
o trono
incontestado
onde se
expõem
galanteadoras
as navalhas
já sem seu fio.
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