Ouço
o ciciar
do vento estouvado
nos
degraus dementes
da noite
couraçada:
tiro as
cortinas das varandas frias
e espreito
no canto do olhar
o segredo
de uma estrela efémera.
Ouço
os cantos
rendilhados
de sereias
sem rosto:
desconfio dos
prementes pedidos
da comiseração
arrematada
dos cultores
das estrofes assentadas
por defeito
meu e só meu
ou incapacidade
de propósito.
Não ouço
o rumor
abraseado nas paredes malquistas
o clamor
sentido das almas penhoradas;
prefiro a
pele desbotada à espera de cor
a tela
imperfeita no profícuo pesar
e as
palavras bondosas que se ouvem
no desmaiado
entardecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário