Não sou dos meus sonhos
e por assim ser
equaciono errado serem os sonhos meus.
Interpelo os sábios
se adejam intrusos
na morada dos sonhos
de modo que eles,
em habitando em meu sono,
sinto serem incursão exterior,
desligados de mim.
E, todavia,
sou eu que os sonho,
esses sonhos contrariados.
Está frágil teia onírica
enreda-me
deixa o sono nos contrafortes do inverosímil;
mas não são feitos dessa matéria,
os sonhos
– um pulcro desideal
fantasia em febril elucubração
ou pesadelos que pesam
na fronte do dia sucessivo?
Ainda estou para saber
se os meus sonhos são meus
se não são de minha tutela.
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