20.1.19

Curadoria dos sonhos

Não sou dos meus sonhos
e por assim ser
equaciono errado serem os sonhos meus. 
Interpelo os sábios
se adejam intrusos
na morada dos sonhos
de modo que eles,
em habitando em meu sono,
sinto serem incursão exterior,
desligados de mim. 
E, todavia,
sou eu que os sonho,
esses sonhos contrariados. 
Está frágil teia onírica
enreda-me
deixa o sono nos contrafortes do inverosímil;
mas não são feitos dessa matéria,
os sonhos 
– um pulcro desideal 
fantasia em febril elucubração
ou pesadelos que pesam 
na fronte do dia sucessivo?
Ainda estou para saber
se os meus sonhos são meus 
se não são de minha tutela.

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