A litania dos escorraçados
os vultos seráficos açoitando o riso
por dentro das nuvens
onde tudo é chumbo
onde nada se avista.
À margem
uma frase escrita à pressa
a caligrafia imprecisa
o eco forte de um sino válido
na maré sem estribeira, transbordando.
À luz clara
uma loa sentida
a juba do tempo açambarca o verbo
e todos vítimas de todos
na anulação matemática da culpa.
Que serventia, a convocatória dos escorraçados
se todos se embebem na purulenta sede
e amarelecem na palidez gasta
vestígio de nada
no contragosto de tudo?
Desfaçam os paredões hasteados
contrariem os pederastas da razão
tirem o fio de prumo às raízes fundas
no caldo mestiço dos verdugos
em contemplação dos rios sem rédea.
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