Conferência de imprensa.
Um ruído de fundo
o vinho em espera
tomando forma.
Burburinho.
O orador entra em cena.
Nervoso.
Os dedos trémulos tingem as folhas;
talvez a mnemónica fique estrábica
e a mensagem, adulterada,
seja treslida.
Ou não.
Uma dupla negativa anula-se
e a prédica é não intencionalmente percebida.
Os ouvintes
na sala e no refúgio das televisões
sempre têm o vinho
ainda em espera
não capaz de azedar
no sufrágio dos contratempos.
Findada a tumultuosa prédica
não há demandas.
Estão todos
com o sentido no vinho.
De pior cepa não será
por temível que seja
a mistela servida.
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