Admito as lágrimas
no largo que é seu lugar
não sem advertir os dias lunares,
que convocam lobos famintos,
que se pressentem vozes radiosas
versos de poucas falas
as sílabas compostas no tear arcano
sem notícia da ferrugem
nem a oposição de comezinhos oradores.
Na conta corrente
raspo o salitre desprendido do mar
e os navios em espera são testemunha,
notários involuntários
por sua envergadura ser sobranceira
à minha demanda.
Não noto a presença de marinheiros
(devem estar algemados ao sono);
naquele momento
sou o único marinheiro em redor
com a vantagem
de não responder perante comandante nenhum.
Hei de fazer com este salitre
um tesouro inteiro
e dele darei conta aos trovadores vindouros.
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