Empenho um adeus
no vale verdejante
onde as romãzeiras são sombra
e destino aos céus
o vulto enigmático
do discurso sem armadura.
O poema é transitório.
Dos dentes do coiote
sobra o sangue perdido da presa.
Contingências da natureza,
a sua bruta feição
irreprimível
mas abismal ao olhar desprendido.
O mar sentido
porto de amaragem dos argonautas
decide sobre a pele ávida.
Ao menos ele,
o mar sentido
ancoradouro seguro
mesmo quando se enovela
em vagas medonhas.
Não temos mão na natureza.
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