De todo este mar
que é tela aos meus olhos
embebo a planura sem fim
as modestas ondas como sal
do travejamento com fundas raízes.
Do mar que é capitão
aqui sentado com a terra nas costas
como se apenas de mar fosse feita a paisagem
e deste imenso chão azul
irradiassem os nutrientes
uma forte erupção dando resguardo à alma.
O mar como janela ampla
deitada sobre o céu
até os dois se fundirem,
sob o amparo de meus olhos testemunhas.
Recolho do mar as sílabas cantadas
na pauta desenhada pelas ondas menores
e desse murmúrio
recupero o fôlego
cresço mais alto
que os aviões que se inscrevem no céu.
Estendo a mão,
como se estivesse a abrir a janela.
E o mar estivesse contido
na minha mão já não desamparada.
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