Faço desta fragilidade
a trincheira sem preço
a dogmática perseverança do meio
estilístico arrebatamento do sentir.
Ouso congeminar as sílabas
em articulação metodicamente desordenada
contra os areópagos das regras
os deuses encerrados em suas Babel
os ministros das alocuções impecáveis;
não sou a pele
em que tatuam seus imperativos.
Prefiro
as arcadas da loucura
ou o vitupério da misantropia
ao sacrifício da vontade que irradia
do meu sangue.
Prefiro
ser vulcão
temido por sua mortífera têmpera,
prefiro ser, até, pária
contra o movimento repetido
que desenha os dias iguais
contra a caligrafia estetizada
dos vultos perenes.
Prefiro
estar na trincheira sem preço
por mais que ninguém a queira para refúgio.
Nem que a tomem por pútrido lugar.
Nem que clamem ser caverna sem retorno,
a estepe infecunda de que se alega
ser o convénio da esterilidade.
Prefiro.
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