Afasto o medo nesta rebelião
e em vez de falar da abundância
(da mordaz, cínica abundância)
atiro o mosto arrancado do chão.
Sinto a chuva a dançar nos poros.
Sinto as palavras a emudecerem
e contra as hipóteses apalavradas
resgato-as para serem poemas
em forma de grito.
Pode ser o mote
para as vagas que esperam à porta
e eu
juiz supremo
sou domador das coisas indomáveis
desenhador dos sentidos sem nome
poeta
até das palavras mudas.
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