Reservei
em talha dourada,
sumptuosa,
as memórias do futuro.
Alguém sussurrou
o logro que tirei do alçapão
em vitrais exuberantes
por onde era coada a imensa luz da tarde
talvez
o incandescente pesar que adornou o logro.
Não sabia
que não me eram devidos créditos
sobre o tempo ainda ausente
e reforcei a linhagem
do tempo herdado por mãos próprias
pois a lucidez adverte
que penhores não devemos ser
de estamentos ausentes
se não queremos perder as rédeas
do tempo de outro modo prematuro.
Insisti:
emoldurei as memórias do futuro
no avesso da memória
e sem saber da sua cor
soube
ao menos
que não estava amordaçado pelo instante.
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