20.2.20

Vulnerável

Não havia mentores. 

Não havia razão.

Não havia cortinas.

Só a nudez sem vergonha.

O jogo era um labirinto
sem regras
sem favoritos,
possivelmente 
sem vencedores. 

O horário conspirava 
contra as maçãs do rosto
emaciadas
frias
despojadas de todo o verbo. 

Ao contrário do estabelecido
subi ao castelo
sem medo dos poderosos relâmpagos
sem juntar à angústia
uma vírgula
só com os olhos desfeitos na maresia. 

Não resumo os achados
em meia dúzia de linhas. 

Não ressoei os ecos de antanho
resgatando da fogueira
as mãos abertas às flores. 

No fim do viaduto
os planos coexistiam
e as incertezas 
continuavam a ser a fronteira
a arma 
contra todos os medos.

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