17.2.20

Não à memória

“Era no tempo...”

(Fim de emissão.
O tempo havido
não merece tempo de antena.
Alguém diz
“era no tempo”
e apetece 
saltar por cima do tempo havido
resgatar da saudade
o vindouro sem inventário.
Era 
é o verbo de uma era 
sem lugar na malha dos sentidos.
“Era no tempo...”
é o estigma dos arrependidos
o vendável estado dos medrosos.
O emolumento
dos astronautas sem céu.
Fim de emissão:
à espera da emissão que conta
a que não devolve às mãos
o tempo que é uma miragem.)

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