Qual é a tua metáfora favorita?
Aquela
do ar cheio de sol
que não deixa a pele constituir-se ruga.
Ou aquela
da ardósia militante
que se insubordina contra a extinção
e esbraceja uma espada sem lâmina.
Podia, ainda,
avançar com a hipótese destoutra:
a parda noite
covil de vultos
refúgio das almas gentis
que hibernam durante a noite
e a deixam para os vultos errantes.
Não sei
se tenho metáfora favorita.
E essa talvez seja
a minha metáfora favorita.
Deixa que diga
em abono da sinceridade
que clareio os olhos
(como se tomasse um colírio)
ao pressentir a nortada austera
e às ondas que descompõem o mar
junto a fúria das minhas mãos gastas.
Não sei se será admissível
ao concurso das metáforas
mas esta passa a ser
a minha antologia.
E tu,
já sabes os alinhavos
da tua antologia?
Tenho de ir ao dicionário
E depois continuamos a conversa.
Prometo.
Em nome do dicionário.
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