Não me atirei ao penhor das coisas
que o amanhã estava em espera
e as vozes cavernosas
pilotavam o pensamento.
Julgava uma certa forma de refém
o modelo precatado no sombrio palco;
mas era outra a constelação
onde ciciavam os parentes ricos da fortuna
os que levitavam numa auréola assídua
a mnemónica sem descanso
verso propositadamente inacabado.
Não era um abismo que amputava a fala.
As coisas modernas desenham-se
na sua frágil efemeridade:
esse é o seu segredo
o magnete sobre uma multidão constante.
Os arbustos agitados
perfilhavam o vento como discípulo dileto
encenando uma coreografia díspar
no santuário sem seguidores,
de onde furtei às escondidas
a outra parte da alma em falta.
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